Rosa verdadeira

17 de fev. de 2009












Regina amava Daniel. Porém, ele a via apenas como sua melhor amiga. E para piorar a situação, Daniel estava apaixonado por uma amiga de Regina e vivia pedindo para ela dar uma forcinha. “ Um drama típico de novela”, pensava ela.

Em um belo dia de primavera (era realmente um belo dia de primavera, não é apenas para dar clima à história), os dois estavam sentados em um banco no parque da cidade. Daniel finalmente fez uma pergunta relacionada à Regina e não à sua amiga. “Uh, demorou! Até que enfim ele reparou em mim.” Pensou ela, já cansada da cegueira do seu “grande amor”. Daniel perguntou se Regina já havia tido algum namorado antes. (Desculpem meu descaso, esqueci de dizer que os dois eram adolescentes. Assim a pergunta dele não parecerá idiota.)

Regina explicou que uma vez namorou um cara que ela gostava muito. Porém, um dia, ele a presenteou com uma rosa. depois disso, ela se desinteressou e terminou o namoro. “Como assim?” Perguntou Daniel sem entender. “Era uma rosa de plástico. Como alguém que ama pode dar uma rosa de plástico? É sinal de que o amor também é falso. Quem ama de verdade dá uma rosa verdadeira.” infelizmente, o papo terminou por aí. Daniel voltou a falar da outra e Regina voltou à sua tristeza habitual.

Mas algo estranho começou a acontecer com o rapaz. Ele não parava de pensar em Regina e no que ela lhe disse. O rosto da menina sempre aparecia na sua mente nas horas em que ele menos esperava. Fazia duas semanas que ele não a via, não conseguia contactá-la pelo celular nem por e-mail ou msn. Já estava decidido a ir procurá-la quando alguém bateu à porta. Era um carteiro com uma encomenda para Daniel. Junto com o embrulho, havia um bilhete de Regina. Ela havia se mudado com a família a uma semana, não escreveu o endereço de sua nova casa, a correspondência estava com o endereço antigo. Era um bilhete de despedida.

Daniel ficou abalado, entrou em casa sentindo um vazio crescendo dentro do seu peito, abriu o embrulho aos poucos, sem conseguir tirar a imagem de Regina de sua mente. Ao ver o que era, suas mãos tremeram. O cheiro doce espalhou-se vagarosamente pelo ar. Era uma rosa verdadeira.

1 comentário(s):

Ariane Rodrigues disse...

Seus finais são sempre o ponto alto da trama para mim, mas o que gostei mesmo foi das intervenções do narrador. Poderia haver mais delas. Bjo